No próximo domingo, o Brasil recorda os 30 anos sem Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994), um dos maiores nomes da música mundial. Para marcar a data, a cantora Paula Morelenbaum e o violonista Arthur Nestrovski lançaram Jobim Canção, álbum que celebra a riqueza e profundidade do legado de Tom, reunindo dez de suas composições em interpretações delicadas e inovadoras.

Lançado pela gravadora Biscoito Fino em 12 de novembro, o disco traz um olhar refinado sobre obras que capturam diferentes fases da carreira do compositor carioca, reconhecido por sua genialidade na bossa nova e por sua contribuição incomparável à música brasileira.

As canções e os convidados especiais

Com participações especiais que enriquecem o trabalho, o álbum inclui:

"Gabriela" (1987) e "Passarim" (1987), com o virtuosismo de João Camarero no violão de sete cordas;

"Piano na Mangueira" (1991), samba em parceria com Chico Buarque, igualmente agraciado pelas cordas de Camarero;

"Eu não existo sem você" (1958), acompanhada pela interpretação poética ao piano de José Miguel Wisnik.

Outras faixas como "Wave" (1967), "Você vai ver" (1980) e "Pois é" (1970) também integram o repertório, além de preciosidades menos óbvias como "Cala, meu amor" (parceria com Vinicius de Moraes, 1958) e "Nuvens douradas" (1972). Essa curadoria evidencia o desejo de Paula e Nestrovski de explorar a obra de Jobim para além dos clássicos mais conhecidos.

A capa, assinada por Alles Blau com uma fotografia de Renato Parada, reflete a elegância e simplicidade que permeiam o projeto.

O vínculo de Paula Morelenbaum com Tom Jobim

Paula Morelenbaum é uma das intérpretes mais ligadas à obra de Jobim. Durante dez anos, ela foi vocalista da Banda Nova, grupo que acompanhou o maestro em turnês no Brasil e no exterior. O vínculo íntimo com a música de Tom confere ao álbum uma autenticidade especial, que não se limita a reverenciar o passado, mas o ressignifica.

A relevância de Tom Jobim 30 anos depois

Três décadas após sua morte, Tom Jobim permanece um símbolo da sofisticação e universalidade da música brasileira. Sua obra atravessa gerações, reafirmando a grandiosidade de sua poesia e melodias. Álbuns como Jobim Canção demonstram que sua música não é apenas uma relíquia do passado, mas um legado vivo, constantemente reinterpretado.

Este projeto de Paula Morelenbaum e Arthur Nestrovski é mais do que uma homenagem; é uma celebração da atemporalidade de Antonio Carlos Jobim e da conexão profunda que sua arte mantém com o presente.