O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, deu os primeiros passos no cenário diplomático internacional ao conversar por telefone com os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, a respeito do conflito entre os dois países. A iniciativa, que ocorreu logo após sua vitória nas urnas, demonstra a tentativa de Trump de explorar caminhos para uma possível solução, ainda que o cenário permaneça complexo.

Segundo informações do Washington Post, Trump se comunicou com Putin na última quinta-feira, 7 de novembro, enfatizando a importância de evitar uma escalada militar. Em sua conversa, Trump teria destacado a presença militar significativa dos Estados Unidos na Europa, sugerindo que Washington manteria atenção redobrada em possíveis movimentações russas. Já na quarta-feira, 6 de novembro, Trump conversou com Zelensky, reafirmando o apoio militar americano à Ucrânia, sinalizando que a posição dos EUA quanto ao suporte ao país aliado permanece firme.

Durante sua campanha, Trump prometeu que encontraria uma solução rápida para o conflito, alegando ser capaz de resolver a questão “em um dia” se eleito. No entanto, ele não especificou os detalhes de sua abordagem. Essas conversas iniciais mostram que, ao menos, Trump está disposto a ouvir os dois lados, buscando manter o apoio à Ucrânia enquanto tenta dissuadir a Rússia de intensificar o confronto.

A Postura de Moscou e o Plano de Vitória de Zelensky

O Kremlin manifestou disposição para discutir a situação com Trump, mas também deixou claro que não planeja alterar suas exigências para o fim da guerra. Entre as demandas de Moscou estão a retirada das tropas ucranianas de quatro regiões ocupadas pela Rússia e o compromisso de Kiev em desistir de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Para a Rússia, essas exigências são consideradas condições mínimas para uma possível negociação de paz.

Por outro lado, a Ucrânia rejeitou categoricamente esses termos, que considera inaceitáveis e equivalentes a uma rendição. Zelensky, em contrapartida, apresentou um “plano de vitória”, que inclui um pedido robusto de apoio militar adicional por parte dos aliados ocidentais. A Ucrânia entende que, sem uma posição firme e uma assistência contínua dos países da OTAN e dos Estados Unidos, não será possível enfrentar a ameaça russa de maneira eficaz.

Desafios e Perspectivas

As conversas entre Trump, Putin e Zelensky representam um início, mas as questões fundamentais para um possível cessar-fogo permanecem controversas. Trump pode enfrentar dificuldades para conciliar sua abordagem com as expectativas da Rússia e da Ucrânia. Para Moscou, ceder nas suas demandas seria sinal de fraqueza, enquanto Kiev teme que qualquer negociação que envolva concessões territoriais enfraqueça sua soberania.

As próximas semanas serão decisivas para entender como Trump tentará atuar como mediador neste conflito complexo e potencialmente explosivo. Sua promessa de resolver a guerra rapidamente será posta à prova diante dos interesses conflitantes e da longa história de tensões entre as partes envolvidas.

Resta saber se essa aproximação diplomática inicial resultará em uma base para negociações concretas ou se o presidente eleito dos Estados Unidos enfrentará o desafio de uma guerra que já atravessa um longo período de impasses.