John Mayall, uma das figuras mais marcantes da cena do blues britânico, nos deixou na última segunda-feira (22), aos 90 anos.

Sua partida foi anunciada através de um comunicado emocionante na página oficial do músico no Instagram, informando que ele faleceu em sua casa na Califórnia.

"Problemas de saúde que forçaram John a encerrar sua carreira épica de turnê finalmente levaram à paz para um dos maiores guerreiros da estrada deste mundo", dizia o post.

Mayall nasceu em Macclesfield em 1933 e desde cedo mostrou uma inclinação para a música, influenciado pela coleção de jazz e blues de seu pai.

Adolescente, ele começou a tocar piano, violão e gaita, instrumentos que se tornariam essenciais em sua carreira musical.

Em 1963, aos 30 anos, John Mayall mudou-se para Londres para perseguir sua paixão como músico profissional, em meio ao efervescente boom do rhythm and blues que deu origem a bandas lendárias como os Rolling Stones, o Spencer Davis Group e os Animals.

Cantando e tocando guitarra, Mayall formou a banda Bluesbreakers, recrutando talentos como John McVie, que mais tarde formaria o Fleetwood Mac.

Com os Bluesbreakers, Mayall lançou seu single de estreia em 1964 e serviu como banda de apoio para o lendário John Lee Hooker no mesmo ano.

Durante esse período, ele também colaborou com gigantes do blues como Sonny Boy Williamson e T-Bone Walker, contribuindo para que o gênero ganhasse mais visibilidade entre o público jovem britânico.

A formação dos Bluesbreakers foi notoriamente instável, mas em 1965, uma adição significativa foi feita: Eric Clapton se juntou à banda após deixar os Yardbirds.

As primeiras sessões com Clapton foram produzidas por um jovem Jimmy Page, que posteriormente se juntaria aos Yardbirds antes de formar o Led Zeppelin.

O impacto de Mayall na cena musical britânica foi inegável, ajudando a pavimentar o caminho para a explosão do rock britânico.

Nos anos 1970 a 1990, John Mayall tornou-se uma estrela global do blues, sendo reverenciado onde quer que fosse e colaborando com outros grandes nomes do gênero.

Mesmo após a virada do milênio, ele continuou a realizar shows ao vivo anualmente e manteve-se em turnê até 2022, demonstrando uma paixão incomparável pela música e uma dedicação incansável ao blues.

Este ano, John Mayall será introduzido no Hall da Fama do Rock and Roll, recebendo o prêmio de Influência Musical ao lado de dois outros ícones do blues, Big Mama Thornton e Alexis Korner.

Este reconhecimento é um tributo merecido a um homem cujo talento e paixão ajudaram a moldar a história do blues e do rock britânico.

John Mayall não apenas tocou blues; ele viveu e respirou o gênero, inspirando gerações de músicos e fãs ao longo de uma carreira épica que abrangeu quase sete décadas. Seu legado musical perdurará, eternizando seu impacto e mantendo viva a chama do blues.