A cafeicultura é uma das atividades econômicas mais importantes do estado do Espírito Santo, especialmente pelo seu desenvolvimento pela agricultura de base familiar. Este modelo de produção desempenha um papel crucial no desenvolvimento rural e na distribuição de renda.

O Espírito Santo se destaca como o segundo maior produtor de café do Brasil, e a qualidade e a produtividade do café arábica no estado têm mostrado melhorias significativas.

Para a safra 2023/2024, a previsão de produtividade do café arábica no Espírito Santo é de aproximadamente 4,5 milhões de sacas beneficiadas.

No entanto, os materiais genéticos utilizados na maior parte das áreas cultivadas são suscetíveis a pragas e doenças, como a ferrugem-do-cafeeiro.

Para combater esses desafios, pesquisadores do Melhoramento Genético do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) têm avaliado diversos materiais genéticos provenientes de instituições consorciadas.

Dez cultivares foram selecionadas por sua produtividade em condições climáticas diferenciadas, originárias do IAC, IAPAR, EPAMIG e PROCAFE, com variados graus de resistência/tolerância à ferrugem.

A pesquisa busca validar a adaptabilidade dessas cultivares nas microrregiões do Caparaó e das Montanhas do Espírito Santo, considerando produtividade e resistência a pragas e doenças.

A qualidade da bebida também está sendo caracterizada, com destaque para as nuances de aromas e sabores, o que pode agregar valor significativo ao café, especialmente na produção de lotes, microlotes e nanolotes.

Além da resistência e produtividade, é crucial avaliar a lucratividade de cada cultivar nas diferentes microrregiões, considerando a possibilidade de agregação de valor baseada em fatores extrínsecos e intrínsecos.

A validação dessas características permitirá a adoção de novas cultivares adaptadas às condições específicas de cada microrregião, impulsionando a produção de cafés superiores, especiais e raros, e sustentando as Indicações Geográficas dos Cafés do Caparaó e das Montanhas do Espírito Santo.

Um exemplo prático dessa pesquisa participativa é o trabalho realizado com o cafeicultor Leandro Dessi de Paula, da Fazenda Santo Antônio em Guaçuí.

A pesquisa conduzida em parceria com o IFES Venda Nova do Imigrante está avaliando cultivares elite de café arábica quanto à resistência a pragas e doenças, produtividade, e qualidade do café. Neste ano, a colheita dos materiais para avaliação já foi iniciada, e os resultados serão apresentados em um evento especial pela equipe técnica do Incaper.

O avanço na pesquisa e na implementação de cultivares adaptadas às condições específicas do Espírito Santo não só promete aumentar a produtividade e a qualidade do café arábica, mas também fortalecer a economia rural e promover o desenvolvimento sustentável na região.

A avaliação contínua e a adaptação tecnológica são essenciais para que o estado mantenha sua posição de destaque na produção de café de alta qualidade.